Durante anos nos empurraram goela abaixo a péssima tradução de nomes de filmes que marcaram a nossa infância, e que passamos a descobrir seu verdadeiro nome após compreendermos o idioma ao qual ele é originário. Infelizmente ainda hoje sofremos com esse mal, e a perspectiva de mudança não é muito boa. Eis que surge o principal questionamento: mas qual a explicação para tamanha idiotice?
Sinceramente não encontro um motivo relevante. A incumbência de traduzir o nome (título) do filme do seu idioma para o português é das distribuidoras que detém os seus direitos. Agora o que leva essa instituição a traduzir de maneira absurda o nome do filme é algo que ainda não consegui compreender.
Uma explicação comum que circula em alguns fóruns na internet, é de que o nome do título deve se adequar a cultura do país aonde ele é reproduzido. Sinceramente essa é uma besteira que não podemos aceitar. Nos subtermos a vontade de alguns em virtude de um receio que não tem fundamento lógico, é voltar no tempo e aceitar uma ditadura que tanto lutamos para extinguir. Sei que a comparação talvez seja muito pesada, no entanto é uma analogia simples passível de ser compreendida pelo leitor.
Outro motivo que foi mencionado é o de tentar chamar a atenção de um público mais seleto, ou de simplesmente utilizar um título que exponha o conteúdo do filme. Embora continue achando uma transgressão dos direitos do autor em preservar o nome de sua obra, é inegável que quando se coloca um complemento no título de um filme, pode-se identificar o seu teor. Usemos o exemplo do filme vencedor do Oscar de 1978, cujo nome em inglês é Annie Hall. Ao ser traduzido no Brasil o título do filme passou a ser Noivo neurótico, noiva nervosa. Nesse exemplo podemos identificar pelo título do filme que a história, em tese, tratará de uma relação entre dois noivos. A justificativa então é essa; de que ficaria mais fácil ao público, através da análise do título do filme, decidir se tem interesse em assisti-lo ou não.
Reconheço ser essa uma explicação razoável, mas ela só corrobora com a fama de "folgado" do povo brasileiro. Aquela de que no Brasil sempre se dá um jeitinho. Seria tão difícil assim traduzir literalmente o título de um filme? Se não der, poderiam pelo menos não alterar drasticamente a conotação que o autor tentou dar a ele quando o criou. No próximo post discutiremos um rol com as piores e as mais esdrúxulas traduções de títulos de filmes da história.
O clássico "The Godfather" (que na tradução literal deveria se chamar "O Padrinho"),
virou "O poderoso chefão".
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